(CONTO) Escuridão

Já faziam horas que seus pais haviam saido. O sol estava se pondo e a criança já estava com sono, brincara bastante durante toda a tarde na grande casa vazia.

Mas não estava mais de tarde, o sol já estava para sumir, e os pais ainda estavam fora. Um sentimento diferente aflorou no peito do pequeno, mas ele ainda não entendia a ansiedade que o incomodava.

A criança tentara olhar pelas janelas, mas não haviam mais janelas, portas ou qualquer resquício de saida para o mundo exterior. Só havia a criança e a escuridão crescente, fruto de um sol que já não existia ali.

Passos pela casa. O medo surgia entre o silêncio da construção vazia e a madeira rangindo ao toque dos pés descalços. Antes um lugar confortável, agora apenas um espectro do desconhecido. Sem sons, sem luz.

Apenas a criança.

E o sorriso na escuridão.

O escuro toma conta.


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