Amazon Prime Video e a 'maraviosa' desgraça tortuosa

Fui assinante do Prime Video.

Digo no passado porque, hoje, a lembrança desse vínculo me vem acompanhada de uma mistura de irritação e riso. Tudo começou quando percebi que, para assistir a um filme ou uma série, eu precisava passar por uma espécie de ritual de paciência: anúncios.

Sim, anúncios. Aqueles que brotam antes, durante e até depois daquilo que você escolhera para assistir.

Quando renovei minha assinatura anual, não fui avisado. Ou talvez tenha sido e o aviso veio escondido lá embaixo, em letras minúsculas, esperando um desavisado.

E que tipo de tortura era essa? Quatro meses — quatro! — assistindo sempre ao mesmo trailer de um filme infantil: Chico Bento. Que nada tinha a ver com meu histórico de anos de assinante. Porque, convenhamos, em três ou quatro anos de uso, nenhuma única vez cliquei numa animação infantil. Nem por engano.

Pague mais e não terá ads no início, durante e fim dos filmes e episódios. Provavelmente do outro lado do balcão o papo deve ser: Pague e iremos infernizar nossos assinantes com o trailer do seu filme que ninguém quer ver espontaneamente.

Essa insistência cega da plataforma fez brotar algo curioso: mesmo o filme estando ali, disponível para mim, eu preferi recorrer ao bom e velho (,mais "bom" do que "velho") Torrent. Resultado: saí ganhando em qualidade de imagem e em sanidade mental.

Foi nesse momento que me veio o estalo. Se uma gigante como a Amazon, com toneladas de dados sobre o meu consumo, ignora completamente quem eu sou e insiste em empurrar o mesmo trailer goela abaixo, talvez estivesse na hora de reavaliar meu investimento.

E assim, com a mesma simplicidade com que se aperta o “pular anúncio” (que eles, ironicamente, não oferecem), eu cliquei em outro botão: “cancelar”.

Hoje sigo a vida sem Chico Bento na orelha e com alguns gigabytes a mais no HD.

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Escrevi mais sobre em https://esli.blog.br/como-fugir-das-propaganda-na-internet