Terceiro no ritmo

Hoje quase não escrevi.
Durante o dia me sugeri
Pensei em rimas, até consegui
Mas me cansei, me distraí
Comemorei, sobrevivi.

Um passo de cada vez
A vida avança sem sensatez
Discorro aqui o que está por vir
Planos futuros, ou javalis
Tão incerto quanto meus dias
São as palavras que insiro nas linhas

Não quero controle ou beleza ou métrica
A simetria não passa de uma corrente elétrica
Que deixo fluir entre os dedos e os olhos
Que profiro com os lábios, entre dentes tortos

O vizinho pratica o violino
O pai ouve a guitarra
Escrevo no trono, o branco de todo dia
Afinal palavras surgem numa arritmia

Não sei como finalizar este poema ou escrita
Então simplesmente dou tchau para os dedos e desligo a poesia.


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