receita do caos #2

Acordo com um chamado: sala de crise, um dos sub-microssistemas pegando fogo. Os devs, em sua pressa cega, jogaram alterações direto no grande computador central — a mente artificial da mega-corp. Primeiros erros? Ignorados, claro. Medo de punição é rotina; melhor silenciar do que admitir código podre.

Vinte e quatro horas depois, todos fingem surpresa: “o bug surgiu do nada”. Não corrigimos, não — agora caçamos desculpas. O objetivo não é consertar, é blindar os diretores, evitar gráficos vermelhos nos painéis luminosos que alimentam seus egos.

E se o cliente reclamar? Fácil: culpa dele, culpa do mercado, culpa da guerra, culpa do clima nublado que sufoca as torres da corporação. Nunca é nossa. Nunca será.

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