2023, Natal

Natal. Ou: o texto que reescrevi umas cinco vezes e quase não publico.

Fosse uns 4 anos atrás, eu só diria "Feliz Natal etc", um versículo, uma foto sorrindo, pronto. Por hoje, eu podia fazer um texto floreado porque minha noiva linda e maravilhosa esteve comigo no Natal - e na verdade ela é a motivação do post. Mas esse último Natal foi diferente mesmo.

TL;DR: a gente inventa cada coisa... mas Jesus me achou. O problema nem era o que inventei, eu só esqueci do básico mesmo.


Eu fui a criança normal que acreditava em Papai Noel (até o dia de ser frustrado sem presentes) e o adolescente que fica mais no celular/computador. Mas eu vivia e curtia o momento do Natal. Eu tava ali. Dos Natais que Jesus era só um nome, aos Natais que ele passou a ser o Senhor da minha vida e da minha família.

Mas por circunstâncias distintas (e difíceis) e por escolhas próprias - ou seja, vida adulta etc e tal - algumas chaves em mim viraram, e passei a não ligar pra datas, finais de ano, ciclos de tempo, nem me envolver mental e emocionalmente em muita coisa. Aniversário, ano novo, "espírito" (ou hipocrisia) de final de ano. "Parabéns pra você" por quê? Qual meu mérito nisso, sobreviver um ano? É só mais um dia. Mais um ciclo da Terra no seu eixo, mais uma volta em torno do Sol, e Jesus continua no trono do universo.

Deus sabe a quantidade de Natais e anos novos que passei e (por eu não ter espaço pra opinião) pareciam mais um funeral... e ficava a pergunta, "pra quê tudo isso?" Sabe? E isso é maturidade, personalidade, chatice ou depressão? Ou todos? Bem, o que sei é que eu não ligava mais. Níver, Natal, ano novo... eu até podia rir, me alegrar, tirar foto, cantar, mas era só mais um dia.

Nos difíceis (por n motivos) anos de pandemia o Senhor me sustentou e curou por sua Palavra, com a (excelente) iniciativa de minha noiva de lermos juntos a Bíblia toda. Era uma vontade minha também, mas ela deu o primeiro passo. E justamente por essa caminhada o Senhor mudou muita coisa em nós, sem essa leitura insistente estaria tudo igual, ou pior.

Eu fiquei muito feliz porque nesse Natal de 2023 ela esteve aqui - bem, eu sempre fico feliz de tê-la comigo, em qualquer data e lugar. Mas após uma conversa espontânea (ainda em Novembro) com um velho amigo ficou claro pra mim... maturidade, personalidade, chatice ou depressão pode até coexistirem, mas me faltava a gratidão. Eu até posso enxergar todos os dias como iguais, sem distinção de festa ou data, sem início ou fim de ciclos, e permanecer como alguém em segundo plano, mas eu tenho que ser grato ao meu Senhor.

Sabe? Real, sincera, genuína gratidão. Em tudo dar graças ao Senhor. Em qualquer circunstância. Na abundância ou na falta, no alto ou no baixo, com minha noiva aqui ou sem ela, antes de conhecê-la ou depois, com trabalho ou sem, afinado ou desafinado. Ser fiel no pouco - nos pequenos impulsos, nas pequenas orações, nos passinhos de fé, no curto louvor do coração, na breve Palavra compartilhada - é gratidão. Tudo posso em Cristo que me fortalece. Ele é digno de toda minha gratidão. Ele é dono da minha vida, estou vivo porque Ele me quer vivo, e estou bem porque Ele me restaurou - para Ele.

Digo que minha noiva é a motivação para esse post porque no dia do Natal a gente compartilhou um momento bastante poderoso. Eu, ela e Jesus. O Natal é o nascimento de Jesus, e à vista das circunstâncias, Ele nasceu em nossas vidas mais uma vez. A luz do mundo nos iluminou, a água da vida nos lavou, o pão do céu nos satisfez.

Derramamos nosso coração diante de Deus, abrindo caixas que nem lembrávamos ou que nos apegamos, orando, chorando, louvando. Exigiu um certo esforço de ambos, mas botamos pra fora. E o pregador na tv (cantata da Assembleia) falou exatamente o que precisávamos... porque Deus nos conhece melhor do que nós mesmos (que tantas vezes nos enganamos). Nossa resolução de ano novo foi somente refazer o bom caminho, aquele que temos de percorrer todo dia.

Esse Natal, de longe, foi o melhor da minha vida. Feliz porque estou bem, feliz porque meu amor estava aqui, feliz porque foram dias tranquilos. Eu estava aqui, novamente eu estava aqui como há anos eu não estava. Mas principalmente foi o melhor Natal, porque Jesus estava aqui, poderosamente, e com muito amor. Eu só estava aqui porque Ele estava aqui. Emanuel. Deus conosco. A presença Dele é mais importante. Notar que Ele está aqui muda tudo.

Eu posso nem mudar de ideia com as datas. Os Natais futuros podem não ser fortes e marcantes como esse. Mas com certeza estarei mais grato ao meu Deus.

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