De ponto em ponto

Como um ônibus velho
Os sentimentos sacolejam
Rangem
Pulam de um ponto a outro
Não param de circular

Mesmo no trânsito
O motor trepida.
É a angústia
De não saber quem vai partir
E quem vai chegar

Surgem espaços
Todos sentam
Haverá tranquilidade?

Até que chega, barulhento,
Um novo passageiro
Com sua música alta
Que divide os demais tripulantes

Metade finge devanear
Enquanto seus ombros
Dançantes
Denunciam o interesse

A outra parcela
Retirada de seu torpor
Faria de tudo
Pra calar aquela canção
Que ousa interferir
No vazio de cada olhar

Enquanto isso
Na direção
O motorista sonha
Perdido na contramão.


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