É nosso

Há sangue e suor
Com volume e constância
Todavia, não há fruto
Carregado à distância

Nas mãos de relevo rochoso
Nos olhos vestidos de insônia
No vencido e tortuoso dorso
Na subserviência da sobrevivência

A riqueza coletiva é sem igual
Tanto valor que transborda
Disfarçado em cifras e notas
Chamado, em duplipensar, de REAL

Vale mais uma refeição cheirosa
Vale mais um colo quente
Vale mais uma sombra frondosa
Vale mais uma cama decente

Vale mais teu sonho com o meu
Valem mais os nossos


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