Deceptrovões

Leu e espumou:
Ondas altas, tempestuosas,
Derrubaram o pedestal
Indignada, bradou ao vento
Espezinhando deuses caídos

A chuva diminuiu
O balanço reduziu-se
E já era possível enxergar
Para além da tormenta
Que poderia retornar

O barco permaneceu manchado
Havia sangue na proa
O sal do oceano
Que também escorrida dos olhos
Entrava-lhe pela boca

Não esquecera das rochas
Do perigo das geleiras
Das incongruências todas
Que, afinal, eram humanas

Lembrou-se do mergulhar
Dos desvios possíveis
Dos limites daquele abismo azul
Abandonado por entidades forjadas

Moldadas no mesmo material
Em outro lugar
Que ainda causavam enjoo
Dependendo do ângulo a olhar

O céu permanecia lá,
Indicando direções:
Fazendo recortes
Sem negar o indizível
Aprendeu a navegar

*Era pra ser um pedido de desculpas ao meu ódio momentâneo contra alguns autores, ignorando as qualidades que ali também residem. Passou, rsrs


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