A entrada triunfal de Cristo em Jerusalém
April 13, 2025•390 words
Na sua entrada triunfal em Jerusalém Jesus não permitiu que o fizessem dele um rei. Ele rejeitou o poder político, mas aceitou a honra merecida que recebeu da multidão, que o aclamou com ramos e mantos. Esse gesto mostrou que, apesar de saber que seria crucificado em breve, ele não fugiu do contraste que isso faria surgir entre a exaltação do Domingo de Ramos e humilhação que chegaria logo depois, na sua Paixão. Jesus demonstrou que o reconhecimento social, seja ele de glória ou de fracasso, é passageiro. O que importa verdadeiramente é a reconhecimento de Deus, que ele recebeu ao ser posteriormente ressuscitado.
A ressurreição foi o maior reconhecimento que Jesus recebeu, mas ele aconteceu de forma discreta, sem nenhum tipo de pompa e circunstância terrenas. Enquanto a entrada triunfal e a crucificação causaram comoção entre as multidões, a vitória sobre a morte foi silenciosa e divina. Cristo escolheu passar pela humilhação e pela glória efêmeras porque o valor real não está no aplauso ou no desprezo dos homens. O Pai o exaltou de maneira eterna, mas sem os fogos de artifício dos eventos em Jerusalém.
Isso não significa que as pessoas devam ignorar os méritos alheios ou as coisas boas dos outros: a justiça, o elogio sincero e o incentivo às virtudes são necessários. No entanto, as lições de Cristo alertam contra a busca por triunfalismos religiosos, que mais do que comuns, parecem mesmo ser a regra hoje em dia. Em tempos de fabricação de líderes espirituais em escala industrial, o exemplo de Jesus aponta para a simplicidade.
O reconhecimento divino não pode ser confundido com os holofotes nem nem com as conquistas terrenas. Os cristãos são chamados a viver com integridade, e não ao reconhecimento público. A verdadeira fé não busca aplausos, mas serve na humildade do silêncio, porque sabe que Deus no vê por dentro e por fora, e a exaltação humana é passageira, mas a fidelidade silenciosa é eterna.
O reinado espiritual de Cristo não justifica qualquer forma de dominação política em seu nome: o seu poder é real não se confunde com os projetos de poder terrenos. A autoridade de Jesus vem do serviço, não da imposição. Seus seguidores precisam influenciar o mundo pela coerência, não pela força – pois o maior reconhecimento, mesmo que seja invisível, é o que é dado por Deus.