A traição de Judas: premeditada por Deus ou predita por Jesus?
April 15, 2025•585 words
A Páscoa era o feriado nacional israelita por excelência por ser a comemoração da memória da libertação da escravidão no Egito. Os ritos prescritos por Moisés consistiam na imolação de um cordeiro sem defeito, do qual nenhum osso deveria ser quebrado, e que deveria ser comido inteiro e numa refeição onde se expressavam ações de graças a Deus.
Os Evangelhos de Marcos e de Lucas, mais do que o de Mateus, se detêm na descrição das ações preparatórias da refeição da Páscoa. Mateus lembra que Jesus sabia que Judas o havia traído, mas isso não o impediu de cumprir sua missão: "Meu tempo está próximo". «Este desejo de acolher o desígnio de amor redentor do Pai anima toda a vida de Jesus, porque a sua paixão redentora é a razão da sua Encarnação».
As instruções de Jesus para a preparação da Páscoa e, sobretudo, o anúncio da traição de Judas (o que cumpre as Escrituras) mostram até que ponto os planos de Deus e as ações humanas estão envolvidos um no outro.
«A morte violenta de Jesus não foi o resultado do acaso numa infeliz constelação de circunstâncias. Ela pertence ao mistério do plano de Deus, como São Pedro explica aos judeus em Jerusalém já em seu primeiro discurso de Pentecostes: "Ele foi entregue segundo o propósito determinado e a presciência de Deus". Esta linguagem bíblica não significa que aqueles que “entregaram Jesus” (inclusive Judas Iscariotes) fossem apenas executores passivos de um drama escrito “antecipadamente por Deus”. É o mistério do desígnio de Deus que, em todo caso, não viola a liberdade humana, pela qual cada um é responsável pelos seus atos: «Deus criou todos os seres, fê-los bons, mas cada um se torna bom ou mau segundo a sua própria escolha. Ora, se o Senhor disse: teria sido melhor para aquele homem não ter nascido, ele não amaldiçoa a sua própria criação, mas o mal que veio sobre ele em virtude da escolha e negligência da própria criatura.
Todos os Evangelhos registram, de uma forma ou de outra, as principais consequências que derivam da ação de Jesus Cristo nesta Ceia: é uma "antecipação do sacrifício da cruz, oferecido para o perdão dos pecados, que representa uma Nova Aliança entre Deus e os homens". Aqui Senhor instituiu o sacramento da Eucaristia que é «ação de graças e louvor ao Pai, memorial do sacrifício de Cristo e do seu Corpo, presença de Cristo pela força do seu Verbo e do seu Espírito». São Lucas é quem recorda que o Senhor estabeleceu este rito como «memorial» da Páscoa de Cristo, como algo que devia ser evocado e repetido na Igreja.
O Senhor indica que o antigo rito terminou; Jesus institui este rito como memorial — «Fazei isto em memória de mim» — que se torna presente na Igreja sempre que o sacrifício do altar se renova de modo incruento: «Quando a Igreja celebra a Eucaristia, comemora a Páscoa de Cristo e esta torna-se presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz permanece sempre presente: todas as vezes que o sacrifício da cruz se renova no altar, em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, realiza-se a obra da nossa redenção».
Este texto é da Wikipédia, uma tradução suspeita e pouco confiável, com revisão e algumas modificações (tudo igualmente pouco confiável) minhas, de uma parte do artigo Jesús predice su traición.
No artigo original tem as referências bíblicas, eclesiais e acadêmicas para o que está escrito aqui (e lá), inclusive do que está entre aspas.