A uma inimiga

Pisoteio a ti
Tento com força
Arrancar-te do espaço
E suprimir quem tem
Aquilo que tanto me falta

Que me faz tremer
Teorizando tragédias
Sobre meu esquecimento
E o teu rubro brilhar

Escutando (f)utilidades
Sobre ti aprendi
Terceiros tão próximos, meus
Teciam relatos teus
Enquanto me nutriam
E tonalizavam cicatrizes

Meu intento de abafar-te
Vem deste colo quente
Feito de ternura
Que te construíram
O qual não tens direito

Não sabes tu
Que eu também
Quero o que é terno?

A eternidade, porém
Deu-te mais que deveria
Cabe a mim, tranquila
Destruir-te dia a dia

O tempo que a ti dedico
Será que dedicas a mim, ingrata?
Será que me vês passar e pensas:
Devo temer?

Teu peito escarlate
Teima em estar
Naquelas travessias.
Tens que partir: agora!
Te disse, na vez certeira
Com toques de tirania

Não fugiste: ficaste
Temi naquele instante
E por tempos assim estive

Todavia, tola fui:
Deste-me o que eu queria!
Não a ternura, que não podias:
Entregaste-me, de bandeja
Tua face oculta e fria

Ao final, teu sorrir tonto e torto
Que tão alegre te dei
Trapaceia desavisados.
Contudo, este cão farejador
Não titubeia, e PISA:
Está muito bem treinado

*Um poeminha de Helena sobre Rubi.
[Personagens meus de contos e de RPG]


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