A Onça e a Lebre

Uma onça amiga, de grandes garras
E sinceros movimentos,
Que, até por não poder,
Não esconde o seu intento

Gargalha com a boca cheia de dentes
E nunca trapaça
Ao teu lado, o felino te protege de ameaças.

Já a lebre fofa descansa
O gesto manso
A amigável fala
O sorriso que embala
O reconforto dos gestos
E do pelo bonitinho

Mas há um serpentear
Um abraço agridoce
A patinha branca a armar
Algo que não encaixa
Num penhasco: eu viraria minhas costas para ti?


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