Pandemia de COVID-19 levou a aumento da solidão no mundo

por American Psychological Association
Traduzido e adaptado por José Cavalcante e Susane Londero.
Tempo de leitura: 2 minutos.


#paratodasverem: a silhueta de uma pessoa em pé, de lado, com uma perna mais à frente que a outra, no topo de uma formação rochosa, com o céu entardecendo ao fundo, em tonalidades de laranja.

Nesse texto, você lerá sobre:

  • A pandemia de COVID-19 levou a um aumento da solidão em todo o mundo.

  • O aumento foi pequeno, mas pode ter implicações para a saúde mental e física das pessoas a longo prazo.

  • A diferença entre isolamento social e solidão.

Pessoas em todo o mundo experimentaram um aumento da solidão durante a pandemia do COVID-19, que pode ter implicações para a saúde mental e física, longevidade e bem-estar das pessoas, de acordo com pesquisa publicada pela American Psychological Association.

“A pandemia parece ter aumentado a solidão”, disse a principal autora do estudo, Mareike Ernst, PhD, da Johannes Gutenberg-University Mainz, na Alemanha. “Dados os tamanhos de efeito, alertas catastróficos sobre uma pandemia de solidão podem ser exagerados. No entanto, como a solidão constitui um risco para a mortalidade prematura e para a saúde mental e física, deve ser acompanhada de perto. Achamos que a solidão deve ser uma prioridade em projetos de pesquisa em larga escala destinados a investigar os resultados de saúde da pandemia.”

A pesquisa foi publicada na revista American Psychologist.

Ernst e seus coautores queriam explorar se mudanças como lockdowns, distanciamento físico e a mudança para trabalho e escola remotos durante a pandemia aumentaram a solidão das pessoas. Tais medidas sem dúvida aumentaram o isolamento social, mas pesquisas descobriram que o isolamento social nem sempre leva à solidão. Isolamento social significa ter uma pequena rede social e poucas interações com outras pessoas, enquanto a solidão é a sensação dolorosa de ter menos ou qualitativamente piores conexões sociais do que uma pessoa deseja. Alguns estudos encontraram apenas correlações fracas entre os dois.

Para descobrir se a pandemia realmente aumentou a solidão, os pesquisadores revisaram 34 estudos de quatro continentes – principalmente na América do Norte e na Europa – envolvendo mais de 200.000 participantes no total. Todos os dados vieram de estudos de longo prazo que mediram os níveis de solidão dos participantes antes do início da pandemia e novamente durante a pandemia. Os pesquisadores descobriram um aumento pequeno, mas significativo, na solidão durante a pandemia – um aumento de cerca de 5% na prevalência da solidão nos estudos individuais, em média. No entanto, nem todos os grupos experimentaram esse aumento.

Mais pesquisas são necessárias sobre os fatores que colocam alguns indivíduos e grupos em maior risco de experimentar a solidão, se as mudanças na solidão foram principalmente devidas a alterações na qualidade ou na quantidade das interações sociais das pessoas e se elas diferiram entre as subpopulações, como estudantes e idosos. Esses estudos podem ajudar os pesquisadores a desenvolver intervenções mais bem direcionadas para aumentar a quantidade de interação social das pessoas ou melhorar a qualidade de seus relacionamentos íntimos.

“Fortes evidências que apóiam as intervenções para lidar com a solidão permanecem limitadas. O aumento da solidão associado à pandemia destaca a necessidade de um esforço conjunto para fortalecer essa base de evidências”, disse Ernst.

Como a maioria dos estudos nesta revisão veio de países de renda alta e média alta, pesquisas adicionais também devem investigar se a pandemia levou a um aumento da solidão também nos países de renda baixa e média, de acordo com os pesquisadores.


Fonte:

COVID-19 pandemic led to increase in loneliness around the world (APA).

Artigo:  “Loneliness Before and During the COVID-19 Pandemic: A Systematic Review with Meta-Analysis,” by Mareike Ernst, PhD, Antonia M. Werner, PhD, Elmar Brähler, PhD, and Manfred E. Beutel, MD, University Medical Center of the Johannes Gutenberg-University Mainz; Daniel Niederer, PhD, Goethe University Frankfurt; Sara J. Czaja, PhD, Anthony Ong, PhD, and Tony Rosen, MD, Weill Cornell Medicine; and Christopher Mikton, PhD, World Health Organization. American Psychologist, published online May 9, 2022.

Mais sobre solidão:

Os perigos da solidão (Youtube, canal Minutos Psíquicos, 2:34). A solidão na contemporaneidade: uma reflexão sobre as relações sociais (Revista Percursos, 2021).


You'll only receive email when they publish something new.

More from Mural Saúde Mental
All posts